quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Na barriga do tempo nada é  como vemos
O que quer que seja, lampeja pra dentro
nao é senao tarefa da memória
O presente intocável que nos escapa.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A vida é esse sonho estranho, do qual ninguém quer ser acordado.

***

Life is this weird dream, from which none of us wish to be waken up.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A bride called Sun

If I was to tell the size inside of me
I should say it does not fit this tiny body
such a spacious thing. This morning
I watched the Sun rise up slowly
amidst the morning fog
As a groom whose bride's beauty 
shines so high that
it has to be covered by a veil. 
There I've seen her face behind the mask 
of clouds in detail
The Sun shone through and I 
saw her face directly
in a way she'd never let me.

sábado, 28 de maio de 2011

moving house

Haviam caixas e coisas infinitas
espalhadas pela casa. Todas
contidas num índice
que expunha a fragilidade.

Assim, mesmo não sendo, foi minha
a tarefa de ordenar o caos
Separar, decidir o que vai
o que fica.

Dessa desgastante equação
quis queimar tudo: incógnitas
e coeficientes; me livrar da dúvida,
e da falsa idéia de  escolha.

Não foi assim. Ficaram os livros, coisas
um quarto sem ninguém.
Ficou a memória dos dias de amor
e dos dias sem.

Na nova casa o que foi projeta sombras
no que quer vicejar.
O que é construído e não se completa
torna-se um um fardo, sufoca o respirar.

Remanescentes da casa antiga na casa nova,
que nao é minha, tampouco a nossa
avivam na memória fantasmas
que eu queria esquecidos.

O que nenhum de nós disse aqueles dias anunciaram,
com a ausência de respostas, na desolação da partida
em toda a raiva contida e toda a saudade quase exposta
Que o fim que nos perseguia, ali, derradeiro nos alcançava.