sábado, 5 de dezembro de 2009

mar

o homem avança no mar,
o mar devolve o homem ao seu lugar.

much more

if we are both puzzles
why not to try to catch a glimpse
into the whole

It might be true that what we see
is not exactly what we wished
but much more than we expect.

domingo, 3 de maio de 2009

Paradox

it's a riddle with no answer
a puzzle with no solving
logic with no reasoning
lemon with no sour

a frontier with no fencer
time without the hours
a blow with no fencing
this is me, it can be ours

domingo, 5 de abril de 2009

(des) oriente

o norte da bússola
o oriente que busca
no futuro magnético:
destino, sorte
ou dança sem sentido
que aponta para a morte?

quinta-feira, 26 de março de 2009

canção do desperdício/waste song

Foi depois do longo mergulho que decidiu
fechar as portas da casa, antes
escancaradas.

No caminho pisou com violência
nas hortências, no capim-cidreira,
em algumas outras flores do jardim
pois parecia que era assim,
algo mais sábio, ou tola prudência,
terminar o que se começa.

Cada canto do jardim destruído
cara e umbigo, fim e princípio
era a canção do desperdício:
o tempo perdido no cultivo.

Não sabia manter as flores: as comia.
Como a criança na poça de lama,
na praia, em Copacabana.

sábado, 7 de março de 2009

quinta-feira, 5 de março de 2009

Timming


Amor é fruto que surge no tempo certo:
quando asperezas, diferenças
são pelo tempo aparados
No espaço entre o impulso e o ato:
lapidado, é amor no hiato.

E esse, o momento exato; 
um lapso no julgamento,
o leve soltar das rédeas,
que junta as coisas.

Desse instante nascido é o fruto 
nem sempre tão delicado quanto raro: 
o amor em estado bruto.

domingo, 1 de março de 2009

...a ambiguidade do querer dilacerou
partiu o destino antes prometido,
em sonhos esparsos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Então um dia o bicho aquietou
depois de muito movimento,
com um certo medo ela pensou:
é trégua que acaba em pouco tempo.

Silêncio, alívio.
Ausência de inquietação,
o ar lhe escapa pesado da boca: ufa
e enxuga a testa, depois da luta

Desconfiada,  espera
que a besta-fera criada
tenha abandonado a morada
que fez do seu pensamento.

Em silêncio
olha pros lados, segura em sua solidão,
exausta, cede
Sutura.

Rompe o laço de dúvida
com a certeza dúbia,
dos que fazem preces.

O silêncio continua, a ausência.
Ela repousa, recolhe as armas
desliza no sono, se entrega
a um sonho qualquer, sem resistir.

Lê, no sonho que atravessa:
quem dorme não vê
que o que cessa
continua dormente a existir.