sábado, 22 de junho de 2013

O poeta é um taxidermista
No eterno afã de encapsular 

o presente, o que passou 
pela pele pela retina.

O poeta carrega
esse desejo
faca afiada, de conservar para si a eternidade
numa fração, recorte da realidade

Num trabalho hábil de reconstruir
Na rigidez branco e preto das letras 

no olho de vidro do bicho empalhado
a fluidez da vida


O poeta é colecionador de borboletas
Captura a vida e a dispõe estática
pra que seja vista.