sábado, 15 de janeiro de 2011

Vida

Sabe o que é mais estranho quando um amigo morre?
 É ficar tentando lembrar da última vez que o viu,
das coisas que conversaram, das coisas que pensou nos dias próximos a sua morte.
É ficar tentando achar um sinal, algo que denunciava a morte iminente.
E não há nada, nada de estranho ou diferente, quem morreu não esperava a morte.
Como sempre, ela tão óbvia, a única coisa certa nessa vida, chega como uma surpresa.
Não devia ser assim, da nossa parte, não é por parte dela: a morte nunca nos trai, não nos engana. Desde o primeiro momento em que entendemos estar vivo ela se mostra, nunca mente sobre sua natureza.
Nós é que mentimos sobre a nossa.

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